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A moral dos d​ó​ceis e vencedores

by De Soslaio

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1.
Garantia 02:33
Este é o selo de garantia. Esta é a garantia de um CD calmo. As garantias venceram Os produtos estragaram Mas as garantias venceram As garantias venceram Como eu não olhei o calendário? Talvez as garantias já tivessem me vencido As garantias venceram Ninguém saiu ganhando Nem mesmo as garantias, que venceram. Será que elas se tornaram mais importante do que o garantido? O que, exatamente, elas garantiam? O importante é que elas existiam, e se foram, junto com o fantasma garantido sem deixar nem mesmo o seu nome.
2.
Muros 02:32
Quero muros Muitos muros Todos os muros Do mundo Pra mim Só pra mim Muitos muros Pra mim Por não gostar de você Quero muros Muitos muros Por não suportar você Quero muros Muitos muros Por ser paulista Quero muros Muitos muros Por ser covarde Quero muros Muitos muros Por ser reacionário Quero muros Muitos muros Todos os muros Do mundo
3.
O que ainda se espera? O que ainda nos resta? Para fecharmos a casa e acabarmos com a festa No que se aposta tanto? Ninguém saberia dizer Mas não é tanto quanto o fato tem se mostrado valer
4.
Mais uma vez E ainda não faz nenhum mês Essa fome de falácia Mais uma vez Bater com a cara na lei E não deixar de sorrir como um burguês Não vá dizer que não entendeu! Que o que ele disse não é tudo Mesmo não nos querendo bem Já nos conhece muito bem Que os nossos sonhos nos corroem E as esperanças se depõem contra nós com afã Me vejam sempre como um bom vivant Mas todos estarão cientes Todos estarão cientes Fatos fracos, fortes, pormenores Estará tudo alertado do que foi premeditado Se quiserem, formalizado Se a coragem não surgir Vergonhosamente até o fim Quem adivinhará o que será de mim? Ainda busco alguma força Pra pôr meu cérebro do avesso E arrancar dele o seu terço Herança vinda ainda de berço Não vá dizer que não entendeu! Olhos de lado seguirão Dedos eretos mostrarão E ouvidos de plantão “O que fazer com esse infeliz, Pra não deixar ele cair E ver que é tudo em vão?” É o que dirão Mas todos estarão cientes Todos estarão cientes Fatos fracos, fortes, pormenores Estará tudo alertado do que foi premeditado Autenticado
5.
Sempre jogo álcool no fogo Por que não quero ver as cinzas Jogo álcool no fogo Para poder adiar as cinzas Pode parecer covardia Mas é assim que a vida é Na verdade, é covardia sim Mas que cada aja como puder Me agrada mais o cheiro de queimado do que um amontoado acinzentado Talvez seja só pirraça Talvez por isso eu mesmo faça Mas que grande façanha aqui temos Destroços destruídos a tempo Não vão, não vão, não vão Jamais perturbar mais Os nossos sim já são iguais: – se misturaram aos demais Não souberam a diferença ou se um dia a tiveram Disjuntos frase e contexto Para dificultar a rima Disjuntos palavra e contexto Para impedir a rima Me protegendo do que vejo Pois isso pelo menos eu não mereço mais Tirando do meio os obstáculos já inúteis, aliás me diga Por que insistir em qualquer lástima? Por que fazer do nojo motor de esforço? Por que não negar papéis? Ora, que possibilidade há agora e convém? E alguém ainda lucra com isso? Espetáculo de gestos aflitos Desfeita feita estilo receita de como remoer mais Não vai, não vai jamais me deixar em paz E agora o que me resta é te poupar da minha festa sádica
6.
7.
Se vale mesmo o preço E está certo o endereço Por que ainda não há interessados? Se faz nosso estilo E fica bem no currículo Por que o telefone não toca? Me diz agora o que isso mostra Que nós não vimos Presumimos Ou não fomos inteligentes pra perceber
8.
Este é o lugar Onde a seiva bruta não nutre Este é o lugar Onde todos os fortes fogem Onde rangem os dentes Onde rangem os dentes Este é o lugar Onde a saliva só resseca Onde é bendita a miséria Onde se acabam os trilhos Onde está o seu destino Onde se acabam os trilhos Onde está o seu destino Onde se acabam os trilhos Onde está o seu destino
9.
Tanto faz como tanto fez Tudo fodeu de vez Esta estação não vai ser curta Me escuta! Põe os pingos nesses is Se não puser eu que vou pôr É o meu TOC que me faz assim Paciência Eu sei eu torro a minha própria paciência Mas que diferença agora há? Ainda se houvesse algo pra recuperar Não há Não me incomoda mais Paulo Coelho Não me incomoda mais Galvão Bueno Anos atrás seria um mau sinal! Saudades Como isso foi acontecer comigo? Isso às vezes me deixa aflito Às vezes? Mentira! Quase sempre! Datena não preciso mais matar Os evangélicos já posso suportar E o Faustão já não me dá vertigem Não dá Esses dias vi aqueles Monzas tipo espaçonave Sabe qual reação teve o meu fígado? Nenhuma
10.
Esta música não é minha, não faz parte de mim Não é minha responsabilidade Então não me deixem Esta letra tampouco é minha, nenhuma linha Nenhum verso nem que esteja inverso, nenhuma forma Então não me tranquem Esta idéia nunca foi minha, nem parte dela Ou ela inteira, ou fracionada, mesmo ovacionada ou rechaçada Então não me amarrem
11.
Império 02:13
Somos os reis do império da dor Todos estão do nosso lado Todos nos apóiam Buscamos todas as certezas Exigimos todas as verdades (Mesmo as mentirosas verdades) Afinal, cada meia verdade tem uma meia lacuna que pode se transformar em dor inteira. Somos os escravos do império da dor Como servos obedientes nos rastejamos Agradamos, assim, a platéia que assiste nosso rastejo que se dói, altiva e justa, pelo nosso rastejo E dá à nossa miséria, toda a riqueza que lhe é de direito Todos têm esse direito: do sofrimento e reconhecimento Direito que usualmente levanta a cabeça daquele que só quer tê-la levantada para que se lhes possam ser vistas as lágrimas que escorrem. Somos os funcionários do império da dor E não somos nem escravos nem reis. Não. A hierarquia não existe para os perdedores. A força das palavras hierarquizantes é apenas para enfatizar o quanto somos coitados É a prova de que o homem é o bicho que organiza E busca lógica e organização inclusive no terreno dos desgraçados Cada desgraçado grita na sua vez. Cada desgraçado será reconhecido a seu tempo Pois, então, que sejamos pacientes: Um dia, cada um de nós terá a sua desgraça banhada a ouro E a sua parte mais asquerosa sendo chamada de “nobre” e “justa”.
12.
13.

credits

released January 1, 2011

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De Soslaio São Paulo, Brazil

Alternative rock band from São Paulo which has recorded some albums since 2002 and played now and then.

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