1. |
Para Lennon e McCartney
02:53
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(Milton Nascimento)
Por que vocês não sabem do lixo ocidental?
Não precisam mais temer
Não precisam da solidão
Todo dia é dia de viver
Por que você não verá meu lado ocidental?
Não precisa medo não
Não precisa da timidez
Todo dia é dia de viver
Eu sou da América do Sul
Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais
Por que vocês não sabem do lixo ocidental?
Não precisam mais temer
Não precisam da solidão
Todo dia é dia de viver
Eu sou da América do Sul
Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais
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2. |
Menina Jesus
03:48
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(Tom Zé)
Valei-me, minha menina Jesus
minha menina Jesus
minha menina Jesus, valei-me.
Só volto lá a passeio
no gozo do meu recreio,
só volto lá quando puder
comprar uns óculos escuros.
Com um relógio de pulso
que marque hora e segundo
Um rádio de pilha novo
cantando coisas do mundo pra tocar.
Lá no jardim da cidade
zombando dos acanhados
dando inveja nos barbados
e suspiros nas mocinhas.
Porque pra plantar feijão
eu não volto mais pra lá
eu quero é ser Cinderela,
cantar na televisão.
Botar filho no colégio,
dar picolé na merenda.
Viver bem civilizado,
pagar imposto de renda.
Ser eleitor registrado,
ter geladeira e TV,
carteira no ministério,
ter CIC, ter RG.
Bença, mãe.
Deus te faça feliz,
minha menina Jesus,
e te leve pra casa em paz.
Eu fico aqui carregando
o peso da minha cruz
no meio dos automóveis, mas
Vai, viaja, foge daqui
que a felicidade vai
atacar pela televisão
E vai felicitar, felicitar
felicitar, felicitar
felicitar até ninguém mais respirar
E vai felicitar, felicitar
felicitar, felicitar
felicitar até ninguém mais respirar
Acode, minha menina Jesus
minha menina Jesus
minha menina Jesus, acode.
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3. |
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(Chico Buarque)
CONSTRUÇÃO
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
E agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o único
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
E agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
DEUS LHE PAGUE
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague
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4. |
Canção nordestina
02:56
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(Geraldo Vandré)
Que sol quente que tristeza
Que foi feito da beleza
tão bonita de se olhar
Que é de Deus e a natureza
Se esqueceram com certeza
da gente deste lugar
Olhe o padre com a vela na mão
Tá chamando pra rezar.
Menino de pé no chão,
já não sabe nem chorar
Reza uma reza cumprida
pra ver se o céu saberá.
Mas a chuva não vem não
e esta dor no coração
Ai, quando é que vai se acabar?
Quando é que vai se acabar?
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5. |
Ponteio
03:29
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(Edu Lobo / Carlos Capinam)
Era um, era dois, era cem
Era o mundo chegando e ninguém
Que soubesse que eu sou violeiro
Que me desse o amor ou dinheiro
Era um, era dois, era cem
Vieram pra me perguntar:
“ô você, de onde vai, de onde vem?
Diga logo o que tem pra contar"
Parado no meio do mundo
Senti chegar meu momento
Olhei pro mundo e nem via
Nem sombra, nem sol
Nem vento
Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar
Pra cantar
Era um dia, era claro quase meio
Era um canto falado sem ponteio
Violência, viola, violeiro
Era morte redor mundo inteiro
Era um dia, era claro quase meio
Tinha um que jurou me quebrar
Mas não lembro de dor nem receio
Só sabia das ondas do mar
Jogaram a viola no mundo
Mas fui lá no fundo buscar
Se eu tomo a viola: Ponteio!
Meu canto não posso parar, não
Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar
Era um, era dois, era cem
Era um dia, era claro quase meio
Encerrar meu cantar já convém
Prometendo um novo ponteio
Certo dia que sei por inteiro
Eu espero não vá demorar
Esse dia estou certo que vem
Digo logo o que vim pra buscar
Correndo no meio do mundo
Não deixo a viola de lado
Vou ver o tempo mudado
E um novo lugar pra cantar
Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar
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6. |
Tristeza e solidão
02:05
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(Baden Powell / Vinícius de Moraes)
Sou da linha de umbanda,
vou no babalaô
Para pedir pra ela voltar pra mim
Porque assim eu sei que vou morrer de dor
Ela não sabe
Quanta tristeza cabe numa solidão
Eu sei que ela não pensa
Quanto a indiferença
Dói num coração
Se ela soubesse
O que acontece quando estou tão triste assim
Mas ela me condena
Ela não tem pena
Não tem dó de mim
Sou da linha de umbanda,
vou no babalaô
Para pedir pra ela voltar pra mim
Porque assim eu sei que vou morrer de dor
|
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7. |
Quando eu sair daqui
05:44
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(Facção Central)
Ódio no limite aceso igual dinamite
No inferno explode a crise, no muro cu de rifle
Assiste olho na mira telescópica esperando aviso
Pra deixar viúva a mulher de bandido.
Destruição, seguro, morto, dor, muita fumaça
Cadeia dominada, esquartejaram a calma.
O 2-1-3 foge pela corda de roupa,
pra não sentar na vassoura até sair pela boca.
Na mente descontrole, Maria-Louca.
O diretor quer negociar, tacam pedra, mostram a rola
Duzentos padres num flete pra quarenta é homicídio,
imagina quem cobra a honra com a faca no cubículo.
Explosão, é lacrimogêneo, escureceu tudo,
mal enxergo, mas se pá, to vendo os escudos.
Fudeu, é o choque, vem retalhação perversa
O cachorrinho de corda do burguês faz a festa
Rescaldo montim dominado, o controle volta pro Estado
Agora é ser espancado pelado até cair desmaiado
Coração de santo sai daqui petrificado,
com mais dó de rato morto que refém mutilado
No plano de crime por centésimo, aidético sem remédio
Preso extorquindo prego, à noite surra de cano de ferro
Vou dividir com a sociedade tudo que aprendi,
boy cuzão não vai dormir quando eu sair daqui.
Contagem regressiva pra bomba explodir
Tique-taque, tique-taque, um dia eu vou sair
Aqui é o Rotwailler que criaram dando soco
O monstro pronto pra voar no seu pescoço.
Se o diabo der mancada dança na boca da garrafa,
de fio dental e sobrancelha raspada,
Pega o celular, truta, e liga pra sua mina,
fuma um beck, um cigarro, tem crack e cocaína
O loque cai na armadilha, contraiu uma par de dívida,
depois um funcionário cata a goma da família
Se não morre é seguro, às vezes é pior
Mata o inimigo e o laranja segura o B.O.
Quem não sai na railander não tem apetite
Entra pra cumprir um ano e tira vinte.
Tosse, tosse, diagnóstico: tuberculose
Implorando pra ir pro PS e outro preso morre.
Animal que come Papita ou Wiskas,
se vir nossa comida vomita e mija em cima
O maquinário do judiciário tem ferrugem na engrenagem, embolorado, corrompido sem vontade
Meu processo anda menos que um por hora
Pena cumprida, alvará não cola, eu nunca vou embora
Tô no pique de enforcar meu advogado
Ver o cuzão com a língua pra fora e olho esbugalhado
Matar o juíz mais importante com um objeto cortante
Mostrar que eu sou mais que um papel empoeirando na estante
Aqui é o Rotwailer que criaram dando soco,
que se fugir da coleira voa no seu pescoço
Contagem regressiva pra bomba explodir
Tique-taque, tique-taque, um dia eu vou sair
Aqui é o Rotwailler que criaram dando soco
O monstro pronto pra voar no seu pescoço.
Chegou uma carta de um parceiro que trombou a liberdade,
diz que livre não é sinônimo de felicidade,
que quando acaba a euforia vem o soco do Maguila,
com ficha na polícia é game over na alegria
Não adianta catar fila com mil na firma
Limpam o cu com a sua ficha na hora da entrevista
Cansou de olhar a placa e velho no centro,
preferiu mandar foto de vítima em cativeiro
Aliás toda a carta tem o mesmo conteúdo,
quem sai em um mês volta a ser outro número
No caso do réu primário de trágico é hilário,
usuário na cela de quem tem trinta assassinatos.
Vi novato entrando aqui e nem falando na gíria,
na rua matando gambé e dando catarrada em cima
Na vida é só carbonizar o pilantra do morro,
pra ter o que seu pai nunca teve no bolso
Não quis ver o velho com madeirite na cabeça,
invadindo a área de manancial em volta da represa
Mato pro meu filho ir pro colégio pago,
jogar na escolinha do craque do passado
Minha mulher não vai pra mãe por que não tem aluguel,
dou pra ela um teco do céu roubado do grupo Shell
Um dia eu vou mostrar no saguão do seu prédio,
quantos miligramas de ódio a grade botou no meu cérebro
Contagem regressiva pra bomba explodir
Tique-taque, tique-taque, um dia eu vou sair
Aqui é o Rotwailler que criaram dando soco
O monstro pronto pra voar no seu pescoço.
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8. |
Aroeira
03:21
|
|||
(Geraldo Vandré)
Vim de longe vou mais longe
Quem tem fé vai me esperar
Escrevendo numa conta pra junto a gente cobrar
No dia que já vem vindo que esse mundo vai virar
No dia que já vem vindo que esse mundo vai virar
Noite e dia vem de longe, branco e preto a trabalhar
E o dono senhor de tudo, sentado mandando dar
E a gente fazendo conta pro dia que vai chegar
E a gente fazendo conta pro dia que vai chegar
Marinheiro, marinheiro, quero ver você no mar
Eu também sou marinheiro eu também sei governar
Madeira de dar em doido vai descer até quebrar
É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar
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9. |
Funeral de um lavrador
03:30
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|||
(Chico Buarque / João Cabral de Melo Neto)
Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
Estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada não se abre a boca
|
||||
10. |
Nada será como antes
03:50
|
|||
(Clube da Esquina)
Eu já estou com o pé na estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
|
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11. |
Na hora do almoço
02:39
|
|||
(Belchior)
No centro da sala
diante da mesa
no fundo do prato
comida e tristeza.
A gente se olha
se toca e se cala
E se desentende
no instante em que fala.
Medo, medo, medo
Cada um guarda mais o seu segredo
A sua mão fechada
A sua boca aberta
O seu peito deserto
A sua mão parada
lacrada e selada
e molhada de medo.
Pai na cabeceira: é hora do almoço
Minha mãe me chama: é hora do almoço
Minha irmã mais nova, negra cabeleira
Minha avó reclama: é hora do almoço.
Ei, moço!
E eu ainda sou bem moço
pra tanta tristeza.
Deixemos de coisas,
cuidemos da vida
Senão chega a morte
ou coisa parecida,
e nos arrasta moço
sem ter visto a vida
Ou coisa parecida
Ou coisa parecida
Ou coisa parecida
Aparecida
Ou coisa parecida
Ou coisa parecida
Ou coisa parecida
Aparecida
|
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12. |
Brincando de marionetes
05:29
|
|||
(Facção Central)
A trilha sonora é tiro, a cena é de terror
O ar é triste tem aglomeração
Sirenes, viaturas, calibres, 12, 38
Veja as manchas no chão
O carro preto e branco define a atração
17 caiu pelo Pionner, CD na mão
A arma foi Glock, fulano sem Ibope
cinco na cabeça, passaporte pra morte
A sigla IML define o seu caminho
Oitava gaveta na geladeira
Um cadáver decomposto do estilo que boia no rio
Defunto pra pesquisa, olha o ponto do legista
Pobre é fundamental pra medicina, corta cérebro
arranca o pulmão, abre o peito no meio e come o coração
É míssil teleguiado, controle remoto
Marionete do sistema brasileiro de corpos
Sei que os porcos batem palmas pro meu caixão,
que deliram no cemitério, na detenção
Com nosso sangue escorrendo no chão
Querem grampo no meu pulso
Me ver apodrecendo no X de uma delegacia
Esperando na febre, a quarta-feira meu jumbo, a minha visita
Se pá um risco de cocaína, querem ver o meu ódio
Minha semiautomática jogando na rota
Vela acesa, meus pêsames
Outro cadáver, pá! Outra vítima morta
Me querem de quebrada com um na cinta,
E o bolso entupido, entrujando um toca-fita
e dando 5g pro seu filho
Uma AR15 fodendo um carro forte
Uma AR15 num banco, bebendo seu sangue
Em busca do cofre, uma facada no peito do pilantra
Uma rajada nos playboys filhos da puta de Zoomp, Fórum
Tirando um racha com suas piranhas
Bomba relógio no seu escritório
Quero ver me olhar com nojo, sem fax, computador,
celular, no seu velório, não vou estar no chão
te estendendo a mão, ou comendo seu lixo.
Use o seu dinheiro pras putas das boate,
pra faculdade do seu inútil filho
Use o dinheiro pra whisky, carro esporte,
Pro buffet no hotel de luxo, no cheiro da sua farinha
Tenho dignidade, não meto os canos na sua raça
Não vejo futuro
Realça lut pala 12, lagosta, caviar, faça o seu papel:
não abra o vidro no farol,
não estenda o pulso com rolex, pra 380 não atirar
Ou pra não ver o moleque com o nariz escorrendo
Com roupas rasgadas, queimado de cigarro,
feridas no corpo, fedendo
Se fodendo mendigando dinheiro, pra uma mãe ou pai
filhos da puta pra cachaça, cigarro, crack
Que neurose e desespero
Aí o sangue sobe, tem que ter enterro
Tiro de escopeta na cara
o álcool queimando pelo corpo inteiro, pelo corpo inteiro
Aí, você atrás das grades
Aí, você, com o ferro, fazendo boy pagar pedágio
Seu B.O., no carro forte, assalto a banco
São apenas peças de um jogo
Onde matar ladrão é mais o fácil, é o aceitável
Aqui se joga na cadeia, não é pra se regenerar
É pra ver detento se matar
Se joga crack na favela, e se espera o resultado
Abra-cadabra, chove finado
Já assinei um 12, sei como é lá dentro
Aqui fora descobri que detento tem rótulo na testa
Tatuagem, carimbo: pra sempre detento
Eterno marionete, cai na armadilha
Faça o contrário, fulano, aposente os calibres,
Dispense a farinha, desfaça a quadrilha
Raciocino com o cérebro não com os calibres
O meu caminho eu mesmo traço, é! Dundum, Facção
Bem longe do crime, é o sistema brincando de marionetes
Brincando de marionetes,
É o sistema brincando de marionetes
Brincando de marionetes,
É o sistema brincando de marionetes
|
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13. |
Homero, o junkie
03:51
|
|||
(Mundo Livre S/A)
Às vezes uma voz interior insiste no futuro
aí é quando se cai na gargalhada
"Vejam como os homens culpam os deuses
de nós, dizem eles, vem o mal
Mas através de sua própria perversidade,
e mais do que merecem,
encontram...
A tristeza."
Assim falou Zeus,
pai dos homens e dos Deuses,
pela boca de Homero,
o Junkie.
Às vezes uma voz interior insiste no futuro
Aí é quando se cai na gargalhada
Porque é o seu futuro
O futuro é uma câmara de gás
(Seu ódio)
Porque é o seu futuro
(Seu ódio)
Que coisa perfeita é o seu ódio
Aí ficaremos e o nosso triunfo é saber
É saber
que ninguém entenderá
Nossa vitória não será entendida
(Teremos vencido)
No entanto, teremos vencido
(Teremos vencido)
No entanto, teremos vencido
(Teremos vencido)
No entanto, teremos vencido
(Teremos vencido)
Poderia ser mais
(Teremos vencido)
poderia ser muito melhor
(Teremos vencido)
Com a destruição flamejante do inferno
(Teremos vencido)
que a sociedade alimenta, alimenta
(Teremos vencido)
e nega indignada que o faz
(Teremos vencido)
... que o faz
(Teremos vencido)
Que final, que final,
que final mais adequado
para essa farsa
farsa que foi planejada por nós,
por nós,
amigo,
amigo ódio.
|
||||
14. |
||||
(Excomungados)
STROESSNER
Stroessner dorme ouvindo guarânias
deitado na varanda da sua casa
de plantação de maconha em Ypacaraí
Lindas morenas cuñataí rodeadas
de tuberculosos índios guaranis
de Ypacaraí
Stroessner, oh, oh
dorme, oh, oh
ouvindo guarânias
na varanda da sua casa
Plantação de maconha
en Asunción del Paraguay
UNION CARBIDE
Union Carbide dá amostra grátis
pra dois mil na Índia
Essa é a ciência, e a civilização
Consumo, produção
Hare Krishna
Hare Krishna
Hare, hare
Hare, Rama
Krishna, Krishna
Hare, hare
Hare, Rama
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De Soslaio São Paulo, Brazil
Alternative rock band from São Paulo which has recorded some albums since 2002 and played now and then.
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