1. |
América, enfermaria nº 6
02:51
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2. |
Único modelo
02:25
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Queria pôr-me no meu lugar
Mas quando me olhar
Não vou evitar, não vou resistir:
“fique longe de mim”
Frio e seco é e as cores desbotaram
Não importa mais, pois os olhos já se fecharam
Me diga como perdoar
Uma atitude tão néscia assim?
Às vezes, penso que o meu ou o seu perdão
É que é o fim
Queria pôr-me no meu lugar
Mas o que há de errado?
O que esperava de mim?
Frio e seco é e as cores desbotaram
Não importa mais, pois os olhos já se fecharam
E quando não houver mais o que dizer
Não restará nada nem de nós
E quando não houver mais
Do que iremos reclamar?
Fique longe
Fique longe
Fique longe
Fique longe de mim
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3. |
Não me force a ver
03:41
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Não me force a ver
Ainda mais que orgulho é fingir
Não me force a ver
Erros nos fazem regredir
E você não espera que
No meio de tanto choro eu não tente sorrir?
Mesmo que isso corroesse
Ainda assim não deixaria de aplaudir
Não deixaria de aplaudir
É mais forte que eu
Não me force a ver
O mais humano é o que nos traz indiferença
É o que nos traz complacência
E idiota o que mostra nossa incompetência
Não me force a ser
Já me esqueci como se faz
Pra manter o que há atrás da máscara
E agora sou a própria farsa
Sou a própria farsa
É mais forte que eu
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4. |
Estelionato
04:09
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Não venda a minha alma
Não venda a minha dor
Não venda minha fraqueza
Não venda o meu rancor
Não venda o meu orgulho
Não venda o meu pudor
Não venda a minha raça
Não venda a minha cor
Não faça de mim
Mártir de suas farsas
Ninguém irá precisar
Nem de mim, nem de nada
Nada
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5. |
Estorvo
03:01
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Agora me esqueço dos demais
Meu glamour nos satisfaz
Pra mim desfaz os quais não quero mais
Agrada a mim, agrada a todos,
nos traz alegria, nos faz companhia,
faz passar o tempo, passam os dias
Gosto de ver seu belo rosto
Pra satisfazer o meu orgulho
E nos agradam olhos atentos
E nos fazem cobiçados e invejados
e mimados e odiados
Não me faço
hesitar
e não preciso
me preocupar
por ser torpe
ou indolente
estamos protegidos
maquiados
Ainda que me façam rir
são apenas aspirantes a cidadãos
Será que devo dar atenção?
A atenção que agrada a mim, agrada a todos,
nos traz alegria, nos faz companhia,
faz passar o tempo, passam os dias
Ainda que não
possa pensar
Ainda que não
pense em mudar
Não vou me misturar
Nem me esforçar
Nunca veremos
Displicência
Estamos protegidos
Camuflados
Protegidos
Camuflados
Ainda que não
possa pensar
Ainda que não
pense em mudar
Não vou me misturar
Nem me esforçar
Nunca veremos
Displicência
Estamos protegidos
Embrulhados
Protegidos
Embrulhados
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6. |
Faça um favor
04:37
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Você, faça um favor
Mesmo que não seja claro
Traia-se, mas não traia a mim
Você, faça um favor
Mesmo que não seja claro
Esconda ou mostre-se, até eu dizer que é o fim
Você, faça um favor
Seja bom o suficiente
Você não vê?
Preciso ser
Preciso ter
Alguém
Que me compre
Que me traga
E que me larga
Mas nunca
Me deixa só
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7. |
Parsifal
03:04
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Não me cobre nada
Você não irá sanar
As minhas aflições
Nem irá curar
Minha boca queimada
Minha pele marcada
Não quero sofrer
E não ter que pagar
Um preço ainda mais alto
Não venha me maltratar
Nem me seduzir
A me renegar
A me destruir
Nessa enganação
Nessa dramatização
Falsa auto-imagem
Falta de integridade
Não quero sofrer
E não ter que pagar
Um preço ainda mais alto
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8. |
Cifilização
06:01
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Falar, mas não ter sorte na descendência:
Ouvidos surdos, armas prontas
(Berço negro é nascer torpe)
Liberdade é afronta à sorte
Para que não haja dor, dor e ódio
Não ser vítima de arbitrariedades:
olho por olho
visto por visto
Creio que as minhas preces não sejam claras
Ou só se me fazem favores reticentes
se me fazer favores desgostosamente
Ainda que não seja claro, claro e óbvio
Ainda que não seja claro, claro ou branco
(Não estão sendo justos!)
Não estão sendo justos!
Como se faz homem?
Como se faz digno?
Por que se negar até isso?
Cada desprezo em débito
Por que é tão ruim assim?
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9. |
A sombra da forma
04:06
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10. |
Embriagai-vos
04:12
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É preciso estar sempre embriagado
tudo está nisso, eis a única questão
para não se sentir horrível
para não sentir o terrível
fardo do tempo que quebra seus ombros e o verga pra terra!
É preciso embriagar-se sem trégua
Mas de quê?
Vinho, poesia, virtude à sua vontade
Mas embriagar-se
E na profunda escuridão
Com a embriaguez atenuada
Pergunte ao tempo, pergunte ao vento
Pergunte ao relógio, hão de responder:
“é hora de embriagar-se, para não sentir o terrível
martírio do tempo, que o torna escravo e o verga pra terra”
É preciso embriagar-se sem regra
É preciso embriagar-se sem trégua
Mas de quê?
Vinho, poesia, virtude à sua vontade
Mas embriagar-se
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11. |
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Te odeio,
Te nego,
Em ti cuspo,
Te castro,
Te frustro
E disso me faço viver
Te quero pra mim
Mas longe de mim
Te faço, daqui,
Me olhar num frenesi
Meu nome pedir
Como homem latir
Com olhos vis
Me comer, me pedir
Como te quero?
Como te espero?
(Ajoelhado.)
O que de ti penso?
Quer um exemplo?
(“Pobre coitado”.)
Se te aceito?
Se te desejo?
(Não seja palhaço...)
O que de ti quero?
Aquele berro:
(Estardalhaço!)
Minha imagem
Doce miragem
(Com finos traços)
Enaltecer
Enrubescer
(Insaciado)
Desprazeres
Milhares de vezes
(Mas esperançados)
Repetidos, então,
A exaustão
(Nunca alertados)
Isso me agrada
Me sinto grata
(Por esse gado)
A mim é mais doce que doce
Te ouvir rogar o meu nome
Que teu surdo e sujo e seco
Dissonante gemido de homem
Te corto,
Te planto,
Te colho,
Te uso,
Te enfeito,
E te jogo
fora
E isso a me amadurecer
Te calo,
Me cativo
Te rasgo,
Regozijo
Te seco,
Me embriago
Em ti bato,
Me afago
Sorriso em mim transparecer
O motivo da minha vida
É você pensar que pode me ter
O motivo da minha vida
É mostrar tua sorte morrer
O motivo da minha vida
São tuas mãos a me pedir nua
O motivo da minha vida
É ver morrer o motivo da tua
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12. |
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Até o fim prometido
mesmo que não haja sentido
Não se espera mais que um pouco além
Se se decanta o medo
e se impede que passe no meio:
Então pra que separar, pra que classificar?
Deixe, então,
todo aquele medo espalhado por toda a superfície
Será que faz parte não haver nenhum
motivo pra não apenas ser mais um?
Perfilhar as dores
Engolir a seco
Sufocar com imagens e trajes
Ser mais assertivo
É ser mais conivente
Com a faca que entra entre os dentes
Perfilhar as dores
Engolir a seco
Sufocar com imagens e trajes
Se se decanta o medo
e se impede que passe no meio:
Então pra que separar, pra que classificar?
Deixe, então,
todo aquele medo espalhado por toda a superfície
Será que faz parte não haver nenhum
motivo pra não apenas ser mais um?
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13. |
Eu sei que você sabe
05:26
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Minhas mãos perderam o tremor
pelo medo da sua perda
Mas meu corpo sente o seu terror
de uma vida inteira pequena
Mas não se esqueça: eu bem o sei
E eu escutei: “a vida vale a pena”
Você não me engana quando pergunta de novo:
“Será que vale realmente a pena?”
Só aprenda comigo um pouco:
a nossa imagem a gente inventa
Só aprenda comigo um pouco:
você é duro e eu talvez seja tosco
Só aprenda comigo um pouco
Você também é, mas faz de conta que não vê
Eu sei
e acredite, te quero bem
Eu sei
e acredite, eu te quero bem
É uma pena, é uma judiação
se você acorda pra vida,
não acredita num ‘bom dia’
e sofre de qualquer estranha impressão
Mas sua cegueira não falha
E a sua lógica te maltrata
desdiz o que qualquer um te fala,
mas na minha fala não vai ter mais travas
Talvez você bata de frente
Talvez não tenha nunca fraquejado
Mas não entendo por que se contorcer
para manter uma mera velha síndrome
É pra que aquele que te ver se comova?
Ou pra escutar uma salva de palmas?
Seria pra que ninguém te veja?
Vergonha de suas fraquezas ou medo das sutilezas?
Não é possível tanta fortaleza
pra esconder todos os sentimentos
Não entendo por que esse movimento
que se desfaz daqueles que te dão um beijo
Mas veja bem: não quero aqui a mesma selva!
Não me importa tanto se não há disputa
não que eu esteja reticente aos acordos
É que eu não gosto mais de estar em um ringue
nossa ganância, eu sei, é um asco
Nossa ganância se desfaz e traz
misérias que doem, além,
de envergar pro solo abaixo
E acredite: ainda te quero bem
E acredite: essa dor me deixa aflito, sim
É uma pena, é uma judiação
quando você morre e engole
que as pessoas não são gratas
e eu entendo o seu sofrimento:
eu sou igual, mas que igual
do mesmo jeito e com trejeitos
Quando você decidir como agir
Por favor, me comunique
Por mais que possa não haver resquícios
Eu sei que você merece mais
Da vida, que parece que te esqueceu
Da vida, que te engoliu
Da mesma vida, que tanto te chutou
Que todo o seu sangue sugou
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14. |
Pequenas oferendas
04:45
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Mais do que mereço é o que preciso
Pois não faço por merecer
Por que se importar com pequenas oferendas?
Não querem um simples sorriso
Não têm culpa da dor, não têm culpa dos males
Nem culpa do próprio egoísmo
Vê se me esquece, então...
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15. |
Cavaco e violão
02:37
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16. |
De Soslaio São Paulo, Brazil
Alternative rock band from São Paulo which has recorded some albums since 2002 and played now and then.
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