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Tubo de ensaio
04:19
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O que há por trás de uma vida batida em pedra?
Tem que cuidar senão o ranço quando sai se encrespa
Sigo as regras, trilho as metas, evito dar opinião
Sei bem o roteiro que faz o dinheiro lustrando a bota da opressão
Como chamam laudos de autópsia?
Há quem chame de exame de rotina
Mas eu nunca falho nesse tubo de ensaio
que não enseja ou ensaia saída
O que satisfaz? Agora já não me importa mais
Coloro com canivete retalhos de terapia
Você chutou o cavalete, mas me abster não era uma escolha válida
Então te pediria pra tentar aturar a minha arte degenerada
Minha língua tem tom de bolor
Muito tempo em ambiente insalubre
Fechado, selado, criando um abismo
Onde a palavra é inacessível
Sem pavimento na ponte central
Vias inúteis: pra que existem?
Sem sinal na ligação medular
Estar impedido é só um puro azar
Não passa de puro azar
Esse azar é só seu
Esse problema é só seu
Esse azar é só seu
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3. |
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E esse caminho pra trás
que me faz não querer mais
E esse caminho pra trás
que destitui os plurais
E a civilidade mínima
que havia agora jaz
bem fundo
E no mais, cansado
petrificado, mas sem paz
O tiro à distância pegou à queima-roupa
Sinais de armas fazem com que tudo morra
O que era covarde sugou todas as forças
Vamos reaprendendo o idioma da incivilidade
Atualizando nossas condutas com a bestialidade
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4. |
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Me pedem um canto
Mas não vejo motivo pra cantar
Permaneço em silêncio
E espero os impropérios
que logo vêm: adivinhei
É normal, é natural
Contrariados, eles se vão
e se perguntam: "o que lhe custava cantar?"
O mesmo preço que lhes custa sonhar
e não sonharão sobre um canto meu
Se querem um canto
que cantem eles mesmos
E não recorram a mim
pra satisfazer os seus desejos
os seus desejos
os próprios desejos
Enquanto iam embora, eu entendia
aqueles olhares entrecruzados
que recriminavam a minha negligência
"maldita!"
era o que balbuciavam quase ruminantemente
O que não é de se estranhar
Como quando se perguntaram
o que me custava cantar
Quanto custava?!
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5. |
Past freak
03:47
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Assumo as minhas falhas
De já ter sido canalha
De ter já decepcionado
De fazer disso um dos meus traços
Assumo os meus erros
Não tenho medo dos pecados
O ato certo pode estar errado
E não descarto ter sido o palhaço
Ter sido o palhaço
Mas pelo menos valorize
O mais fácil é o contrário
Cada vez é mais raro
Botar em xeque o passado
Indo em frente no caminho
Foco na direção, no destino
Mas o retrovisor é atrativo
Culpas borbulham: gosto nocivo
Que mal teve quando não se quis mal?
Que dor surgiu de uma ação pueril?
Que ódio existe na poeira?
Ninguém morreu ou ninguém viu?
Ninguém morreu ou ninguém viu?
Todos erraram o tempo todo
E isso é um dado
Todos os erros são errados
Mas, deus, me livre desse fardo
me livre desse fardo
de ter errado
desse fardo
de ter errado
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6. |
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Há várias maneiras de humilhar
e eu tenho um menu pra você
Se constranger, basta apontar:
eu vou saber o que você escolher
Esfregue a minha pele em superfície abrasiva
Transforme o meu corpo em carniça
Esfregue tudo em superfície abrasiva
Transforme o meu corpo em carniça
Candura, por vezes, é fazer doer
Bem fundo, no âmago, pra desfalecer
E o que fazem os fáceis e prosaicos nessa sala?
Juram e remoem a paz inexistente
Agulhe a retina pra que o fim não seja visto
Agulhe o tímpano pra que os ruídos não sejam percebidos
Agulhe a retina pra que o fim não seja visto
Agulhe os tímpanos pra que os ruídos não sejam percebidos
Candura por vezes é fazer doer
Bem fundo, no âmago, pra desfalecer
E o que fazem os fáceis e prosaicos nessa sala?
Juram e remoem a paz inexistente
Perfure o resto até os farelos
Perfure o resto até os farelos
Perfume as secreções que saem
Perfume as lágrimas que caem
Perfure o resto até os farelos
Perfure o resto até os farelos
Mas uma coisa não há que se duvidar
Seu crucifixo é cristalino
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7. |
O mundo que ainda resta
05:16
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O que eu listei é o que nos resta
Nem sete minutos de festa
Nada sem mofo que valha a memória
nada há no horizonte que mereça
O que eu listei é o que nos resta
E é importante saber como será o futuro
Futuro de vontades insatisfeitas
Que não conhece os seus frutos
“Um mundo novo pra descobrir”
Mas não, não tenho apenas oito anos
Tais virtudes exploratórias
Já não dizem nada pra mim
Meus sentimentos já são como crustáceos
Tem a crosta de um edifício
Como queria um bombardeio incendiando
Botando abaixo os nossos vícios
O que eu listei é o que nos resta
Mas não, não sei se fui justo
E a minha consciência renasce
Renasce pra possibilidades
Se o mundo não acabasse
É incerto, mas levantemos essa hipótese
O que você e eu poríamos no depósito
Pra nos livrar do mundo que teria acabado
Talvez alguma coisa ou muito pouco
Ou atearíamos fogo
Muito pouco era o que se esperava
pra quem só via a vida da fresta da janela
E aglomerava ódios óbvios
Um eterno biltre a postos
Antes nada se esperava
de monossilábicos sempre a espera
de uma chance de monocultivar
uma monotonia que reverbera
Mas antes o que só ouvia um lado
Hoje tem uma vida de confirmação
E pelo menos teve uma vida
Falsa, mas ainda assim
Eu invejo, juro que invejo
queria ter tido mais certezas
de todas essas que estão por aí
À disposição, fáceis de consumir
Se o mundo não acabasse
É incerto, mas levantemos essa hipótese
O que você e eu poríamos no depósito
Pra nos livrar do mundo que teria acabado
Talvez alguma coisa ou muito pouco
Ou atearíamos fogo
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8. |
Não me espere mais
02:15
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Ah, não me espere mais
pois o meu coração já cansou de sofrer
e agora vai tentar viver
E agora já sei que preciso mudar a história
trocar de retórica
Agora entendi
que o meu coração já não é mais pra ti
Talvez nunca tenha sido
Talvez tu não tenho o tido
Realmente
Verdadeiramente
Agora quero ser feliz
Vou cuidar de mim
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9. |
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10. |
Hoje
05:42
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11. |
As leis da física
03:53
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Quando eu olhei pro horizonte
já não havia ponte
Triste destino de um andarilho
que precisa de um caminho
sem caminho se está interrompido
Tendo que parar
tão útil quanto um pulmão lunar
Amaldiçoei o meu destino
esperando que as veias se comprimissem
pra fazer cessar a circulação
Porque eu não circulei
E não quero ver ninguém circular
Nada é como quando um tiro à distância
te acerta a queima-roupa
Ignorando as leis da física
Só pra te cravar a humilhação
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De Soslaio São Paulo, Brazil
Alternative rock band from São Paulo which has recorded some albums since 2002 and played now and then.
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