1. |
Sindicato dos pastores
02:45
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2. |
Ovelhas de rapina
03:03
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Essas ovelhas têm garra
Mas não é garra de raça
São sim garras de farsa
E elas estão com fome
E lutam pelo seu sangue
E lutam pra conseguir sangue
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3. |
Circuito Interno Bruto
04:22
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Quem quer ninguém ao lado
põe o dedo aqui que já vai fechar
Quem quer ficar quentinho
põe o dedo aqui que os muros já vão fechar
Quem quer carregar as armas da polícia
põe o dedo aqui que já vai fechar
Quem quer olhos de vidro lhe cuidando
põe o dedo aqui que já vai fechar
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4. |
Dialeto faceiro
02:14
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O que que essa vida
me explica?
Que que eu vou levar comigo?
Para mostrar aos amigos
que diziam
que falavam a mesma língua
Um dialeto estrangeiro
Um dialeto faceiro
Já não lembro mais
O que eu vou levar
dessa vida?
Não diga que eu não posso mais
abusar da benevolência
da sua paciência
Porque o que tá ruim
pode piorar
Pode piorar mais
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5. |
Estrupício
03:15
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Onde é que entra aqui o que
foi dito bem específico
que não faltaria nem que minha sede
fosse menos do que dessa água
Onde é que fomos liberados da razão?
Quando é que a escolha começou a se decidir
pelo nível decibel capaz
ou por um olhar contumaz
Quando aconteceu?
Como aconteceu?
O que se faz quando não se sabe mais
nem como começar
Se coça ou se roga?
Se rosna ou se roga?
Ou se desiste
e desembarca?
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6. |
Para Lennon e McCartney
02:38
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7. |
Mercadologia
03:06
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Para que a vida seja menos estorvante
preciso ver todos na merda
Desimbuídos, desnudados sem trégua
E sentir o suor
Escorrer pelas nossas testas
Para que a virtude se comprove
e quem sabe, de repente,
pode até me trazer sorte
Sorte de ser percebido
Sorte de ser promovido
Sorte de ser sucedido
Ser totalmente engolido
Não tenho nada a perder
estando à mercê
da sedução de me render
Render à falta de vontade
Fazer render a produtividade
Render os que não se renderam
Render aos que me escolheram
Ou aos que me fabricaram
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8. |
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Eu nunca sei o que dizer
Com tudo isso eu nunca sei o que dizer
Mas não devo nada a ninguém nem nunca devi
Pois sempre fui um palhaço que pagou tudo em dia
Não sei dizer, não tenho nada para oferecer
O que se espera daquele que é réu?
O que falar daquele que está com
todos os olhos recriminatórios em cima, em fila esperando
que não nos tratem com desprezo,
Afinal, quem somos nós, avaliadores?
Não vai ser nada fácil ficar calado
E é assim que eu devo ficar
Não vai ser nada fácil ficar calado
E é assim que eu devo ficar
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9. |
Anorexia verbal
02:56
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10. |
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Eles sabem que não podem concluir de relatos
quaisquer fatos
Eles sabem que não podem intuir toscamente
retrospectivamente
Pois é seu relato, então é só um relato, que é seu:
apegado
E vida é perspectiva, se não soubessem que raio de leitores
eles seriam?
E estamos confiantes de que notarão os ofícios
da profissão
Então, não se culpe,
os mais atentos já perceberam, o importante
Por mais que a ira aparentemente reine,
o motor foi a impotência,
de uma existência de decadência
sem graça, que estilhaça
Não, eles não sabem se a infância foi uma bênção
Só que você disse que não
Não, eles não sabem se a adolescência foi um fardo
Só que você disse que não
Eles não sabem se a maturidade não lhe reservou nada
Só que você disse que não
Mas o que eles sabem é que um relato é um relato
apegado
E vida é perspectiva, se não soubessem que raio de leitores
eles seriam?
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11. |
À prova de razão
04:30
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O que há não se pode dar
Sob o risco de nunca mais sair
de um ciclo de diz-que-me-diz
que desdiz o caso e ganha só por um triz
contra toda a razão que pode haver no mundo
justificando, então, em vão, pois há muito tempo
já era pedido sem ser necessárias
indagações ou qualquer coisa que lembre explicações
que não deveriam ter sido feitas
jamais, nem mesmo formuladas
esboçadas, estando à espreita
pra se transformar de hipótese em verdade
mas a verdade era uma mentira
desde o começo você sabia
O que isso traz não é pra ser vivido
retrospectivamente, você sabia
e não nos ajuda em nada, ao contrário
entricheira os fatos, contaminando os quartos
habitados, exigindo mais
do que já temos para viver em paz
e acomodar todos medos, por falsos que sejam
por pouco que se vejam
por mais que nada combatam
E o que está em jogo não é
nenhuma prova de coragem
É, antes, um destempero
que busca fuga em desespero
Mas sabe que o fim dessa rota
não lhe promete nenhuma amostra
desta fórmula que nos força
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12. |
Programado para rir
05:18
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Estaria bom se a pretensão fosse cômica
Mas será que alguém escutou alguma palavra dita?
O que será que se enconde atrás do seu bom humor?
Uma volta perdida em uma orbita esquecida de uma vida de assepsia
Então, ria
Ria, porque você está pagando
Ria, afinal, sexta à noite quem não o faria?
Tem um mulato, um albino, um mosquito e a sua libido
Pra entreter eu não tenho que te ter eu só tenho é que misturar, misturar “coisas”
Veja bem, não há que se duvidar do rigor, do rigor das escolhas
Não há que se duvidar da qualidade do que será apresentado
Se ninguém explicar que isso não é bom, isso é bom e está estabelecido
Se ninguém disser que isso é dor, então dor não será, será um motivo pra mais um sorriso
Ria, por cada real que valia, você ria
A cada vida que partia, você ria
A cada nova dor que surgia, você ria
Por fingir que não entendia, e isso é o mais duro
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13. |
De Soslaio São Paulo, Brazil
Alternative rock band from São Paulo which has recorded some albums since 2002 and played now and then.
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